sexta-feira, 26 de junho de 2009

Despertar


Ela sempre teve medo de perder o apoio dos pés
Por isso sempre cuidou de tudo : do que dizer, fazer ou sentir
Cuidava tanto dele que não enxergava o quanto se destruia
Foi um processo lento e tristemente duradouro
E por mais que tudo isso a ela eu dissesse
Naquele falso amor ela ainda acreditava
O tempo passou e pensar na sua vida era constatar uma sequência de vazios
Ela olhava pra trás e não tinha histórias pra contar
Pois sua vida na dele estava dissolvida
Só via o amor que ela tanto cuidara, mas que não mais existia
Então numa tarde chuvosa, de uma sexta-feira ociosa
Ela percebeu que nem seus pés ela podia reconhecer...
Foi quando decidiu virar o jogo !
Procurou muito, mas encontrou seus pés, guardados em uma caixinha no guarda-roupas
Que escondiam sua auto-estima, na mesma caixinha, empoeirada, mas pulsante
E a partir dali começou a traçar um novo caminho
Ela continua encontrando com ele, mas o amor que antes devotava, hoje é respeito
As vidas - a dela, a dele, a minha, a sua - seguem seus rumos
E o mais importante é ver que ela hoje se enxerga mais gente !

Um comentário:

parangolé disse...

cê sabe que a casa é sempre sua,
venha sim.