segunda-feira, 1 de junho de 2015

Ilegal - A vida não espera

 
 


"No início do ano passado, a Anvisa reteve uma remessa de óleo de cânhamo na alfândega.  O medicamento, considerado suplemento alimentar nos Estados Unidos, era importado por Kathiele Fischer, mãe de Anny, de 5 anos, que sofre de uma forma de epilepsia grave, a síndrome CDKL5. Até 2013, a menina sofria com crises convulsivas que chegavam a ocorrer de duas em duas horas, sem que os medicamentos usuais para epilepsia tivesse efeito. Com o uso do óleo produzido a partir do caule da planta Cannabis sativa, a maconha, rico em uma substância chamada canabidiol, suas crises foram reduzidas a zero.

O documentário Ilegal acompanha a trajetória de Kathiele na luta para conseguir o remédio da filha: o desafio exigiu uma liminar judicial, acompanhada de um relatório médico sobre os progressos de Anny e um dossiê com estudos já realizados com o canabidiol, um dos 70 fitocanabinóides presentes na maconha.

O filme faz parte da campanha REPENSE, que busca incentivar o debate sobre o uso medicinal da cannabis. Dirigida pelo documentarista Raphael Erichsen e o jornalista Tarso Araújo, autor do livro Almanaque das drogas, a obra conta ainda histórias de outras famílias que também dependem de substâncias derivadas da maconha para tratar outros tipos graves de epilepsia, dor crônica e para amenizar efeitos colaterais da quimioterapia".

Recentemente este mesmo documentário foi veiculado no canal GNT (e continua disponível no NOW para quem é assinante NET).

A utilização da maconha para fins medicinais é um assunto sobre o qual eu não tinha uma opinião formada, justamente por não conhecer o tema e não ter proximidade com pessoas que se beneficiam desse tipo de tratamento.

Me permitir assistir a esse documentário rico em informações e emoções, trouxe à minha percepção o tamanho da ignorância do povo brasileiro sobre o assunto (onde eu me incluí até então). Por diversas questões financeiras e políticas (acredito eu!), esse tipo de substância não é liberada no país, é tratada como ilegal.

O documentário mostra a luta de familiares que fazem o possível (legalmente ou não) para trazer mais qualidade de vida para àqueles que amam. É triste perceber (e difícil aceitar) que um país inteiro seja privado de um tratamento médico com uma substância que já demonstrou seus benefícios.

Eu sou mãe, mas graças à Deus o meu filho é perfeitamente saudável, o que não me obrigou a uma descoberta antecipada sobre o tema, porém eu me solidarizo com todas as famílias que enfrentam dificuldades na importação desses medicamentos, pois o documentário nos ajuda a entender um pouco o dia-a-dia dessas pessoas.

Se você tiver a oportunidade de assistir ao documentário e formar sua opinião (se ainda não a tem), assista! Fez uma enorme diferença para mim e tenho certeza que fará também para você. Discuta o tema, converse com seus familiares e amigos, divulgue.

Temos que acabar com a ignorância sobre o tema e disseminar conhecimento.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O exagero


"O exagero não é mentira. É apenas a reta intenção de levar o outro a sentir algo semelhante".        
[Padre Fábio de Melo]

Se puder, respeite a si mesmo sem se preocupar com o que os outros pensam, mas pondere seu comportamento nos ambientes onde circular, isso é sinal de inteligência.
Ofereça o seu melhor a quem puder amá-lo e respeitá-lo, com todo exagero que lhe couber.

sábado, 1 de novembro de 2014

De passagem

 
 


Na manhã de uma quinta-feira totalmente descompromissada e aparentemente cinza, uma alma simples, vestida de uma mulher de mais de 50 anos, com as mãos calejadas de tanto limpar casas que não são suas, de sorriso fácil e boa vontade extrema, vem te dizer verdades tão simples, já ouvidas tantas vezes em músicas e bocas diversas, mas que certamente nunca mais serão esquecidas por estarem carregadas de mais de 50 anos de verdade.

“A vida é curta.”

“Cuide do seu filho e do seu marido.”

“Arrume tempo para aproveitar com a sua família.”

Ao se permitir aconselhar alguém as lágrimas lhe vêm aos olhos. Eu pergunto porque o choro e ela simplesmente responde: “Porque ver o amor me emociona.”

Depois de cinco minutos de palavras trocadas, a mesma quinta-feira muda de cor e me propõe, através dessa alma simples, mas de gestos tão nobres, recomeçar.

É sempre possível recomeçar.
Recomeçar não é assumir que o até agora estava errado.
Recomeçar e se propor a ser e fazer diferente aquilo que pode ser ainda melhor.
Recomeçar é um exercício de maturidade.
 
Fran, obrigada por estar por perto...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Apenas uma espiadinha....





Hoje decidi visitar meu próprio blog - sim, visitar porque há tempos não passo por aqui - e ler um pouco de mim mesma, talvez na tentativa de enxergar o que mudou ou até de entender o que eu sentia quando fiz os escritos...não sei ao certo o intuito, mas o saldo foi positivo.



Inicialmente identifiquei que sou mais criativa quando estou melancólica, o que por me faz acreditar que, nestes últimos 17 meses esse sentimento não foi tão grande que me fizesse correr para o blog e derramar minhas palavras carregadas de sentimentos...o que é muito bom, pois passei mais tempo vivendo experiências do que escrevendo sobre como elas poderiam ter sido.



Depois pude ver que algumas das minhas tristezas relatadas e desejos não satisfeitos mudaram de lugar...que delícia !



Agora preciso me descobrir criativa do outro lado da moeda, ou seja, sem necessariamente estar melancólica, afinal, a alegria deveria ser mais inspiradora que o contrário.



Foi bom dar essa espiadinha...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Machuca


Quando o coração está pequeno, qualquer arranhão pode fazer um grande estrago...

sábado, 9 de outubro de 2010

A bunda dura


É melhor vc ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada.

Do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a sequência de bíceps e tríceps.

Legal mesmo é mulher de verdade! E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa.

Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira.

Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí?

Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução, mas ainda não criaram um remédio pra FUTILIDADE!

[Arnaldo Jabor]

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sobre estar sozinho



Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo está fadada a desaparecer nesse início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher; ela abandona suas características para se amalgamar ao projeto masculino.

A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz : o outro tem de fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem desse século é PARCERIA.

Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.

O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.

As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.

Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.

Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...

[Dr. Flávio Gikovate]

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mulheres de 30


A medida que envelheço e convivo com mulheres, valorizo mais ainda as que estão acima dos 30. Elas não se importam com o que você pensa, mas se dispõem de coração se você tiver a intenção de conversar.
Se ela não quer assistir ao jogo de futebol na TV, não fica à sua volta resmungando, pirraçando… vai fazer alguma coisa que queira fazer e geralmente é alguma coisa bem mais interessante.
Ela se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer, elas definitivamente não ficam com quem não confiam.
Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem, você nunca precisa confessar seus pecados… elas sempre sabem…
Mulheres mais velhas são diretas e honestas, elas te dirão na cara se você for um idiota, caso esteja agindo como um!
Você nunca precisa se preocupar onde se encaixa na vida dela, basta agir como homem e o resto deixe que ela faça…
Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 anos! Infelizmente isto não é recíproco, pois para cada mulher com mais de 30 anos, estonteante, bonita, bem apanhada, sexy, e bem resolvida, existe um homem com mais de 30, careca, pançudo em bermudões amarelos, bancando o bobo para uma garota de 19 anos. Senhoras, eu peço desculpas por eles: não sabem o que fazem!

[Arnaldo Jabor]

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Religião x Espiritualidade


Texto sobre o episódio envolvendo os jogadores do Santos numa visita ao Lar Espírita "Mensageiros da Luz", que cuida de crianças com deficiência cerebral, para entregar ovos de Páscoa.

Uma parte dos atletas, entre eles, Robinho, Neymar, Ganso e Fabio Costa, se recusaram a entrar na entidade e preferiram ficar dentro do ônibus do clube, sob a alegação que são evangélicos.

Ed René Kivitz, pastor evangélico e santista desde pequenino, faz as seguintes ponderações:

Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.

A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais Bíblia e de cada uma das tradições de fé.

Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo, ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião.

Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância.

A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai.

E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz.

Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.

Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina – ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia mental.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ensaio sobre a Misericórdia de Deus



Como cristã, aprendi que a misericórdia de Deus é infinita, imensurável, inimaginável. Nunca duvidei (e não duvido) disso e sempre entendi, através do contexto onde estava sendo colocada, que era algo divino, maravilhoso, mas nunca havia me questionado sobre o que é verdadeiramente essa misericórdia.


Começei então minha busca pelo dicionário, onde encontrei a seguinte definição : Pena causada pela miséria alheia; comiseração. Perdão concedido por bondade pura. Graça ou perdão. Atributo de Deus que o leva a perdoar as faltas e os pecados dos homens.


Não satisfeita, busquei a etimologia da palavra onde conclui que : a primeira parte da composição é a palavra miseri : "pobre, miserável, lamentável" e a segunda parte é a palavra cordis : “coração”, ou seja, ter misericórdia é ter o coração contrito.


Ok, mas o que é efetivamente ter o coração contrito ? Voltando ao dicionário encontrei como denominação para contrito o seguinte : Que tem ou indica contrição. Arrependido, pesaroso, triste.


No Catecismo da Igreja Católica encontrei uma explicação para as obras de misericórdia : As obras de misericórdia são as ações caritativas pelas quais socorremos o próximo nas suas necessidades corporais e espirituais (Is 58,6s). Instruir, aconselhar, consolar, confortar são obras de misericórdia espiritual, como também perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporal consistem sobretudo em dar de comer a quem tem fome, dar moradia aos desabrigados, vestir os maltrapilhos, visitar os doentes e prisioneiros, sepultar os mortos (Mt 25,31-46; Tb 1, 16s).


Para entender o que são ações caritativa, estudei como a misericórdia se relaciona com a graça.


Misericórdia é não receber aquilo que você merece, é a punição impedida, contida. Graça é receber aquilo que você não merece, um favor sem mérito algum.


Misericórdia é, por exemplo, um juiz chegando a decisão de que você é culpado, resolver impedir, conter qualquer castigo. Graça é receber algo que você nunca poderia imaginar. Um presente inexplicável. É como se o mesmo juiz, após descobrir sua culpa, lhe desse um prêmio de 1 milhão de reais!


Então concluí que e eu realmente me arrependo de algo, de coração, Deus é misericordioso comigo, me perdoa, tem piedade de mim, mas nem por isso necessariamente irá transformar a minha miséria com sua graça.


Depois de analisar por algum tempo a minha própria conclusão, percebi que ainda sentia essa como uma resposta muito simplista para algo tão maravilhoso, então prossegui em meus estudos, agora deixando de lado o dicionário e me baseando na Palavra de Deus e nas pessoas que me são importantes.


Conheço pessoas que defendem a teoria de que misericórdia significa “coração sofredor” e que, quando pedimos misericórdia a Deus estamos pedindo para que Ele sofra conosco. Afirmam que ela representa tudo que Deus fez por nós, tudo em nossa vida e finalizam dizendo que sem ela nunca poderíamos ter acesso a salvação que Jesus nos ofereceu.


Linda teoria, não é ? Também acho...mas e na prática?


Ainda insatisfeita, me perguntava como isso acontece na vida da gente e, a sabedoria de uma mulher com pouquíssimos estudos me clareou a mente e o coração. Em plena lucidez a Dona Cida (já falecida) escreveu em seu caderninho: “Misericórdia é quando Deus entra na miséria do homem”.


Foi então que para mim o assunto foi clarificado. Explico a minha conclusão libertadora : Quando eu me enxergo e realmente me arrependo de algum pecado cometido, qualquer que seja, Deus toma conta da minha vida e do meu coração, Ele entra em mim através de minha miséria, de minha pequenez, se mostra gigante, me preenche de um amor incomparavelmente grande, chamado de misericórdia.


É aqui que anulo todas as minhas conclusões anteriores e afirmo : A MISERICÓRDIA DE DEUS NÃO PODE SER DEFINIDA, TEM QUE SER SENTIDA, EXPERIMENTADA.


O experimentar da misericórdia de Deus sé se dá através do verdadeiro arrependimento e da fé. A partir do momento que eu experimento Deus, não existe a menor possibilidade de voltar a ser a mesma pessoa que antecedeu essa experiência.


[Quando pensei que havia escolhido este como tema do meu primeiro e pretensioso ensaio, Deus vem docemente me mostrar que fui escolhida pela Sua misericórdia].


Ensaios em Fragmentos


Ultimamente tenho sentido a necessidade urgente de me abastecer de algo que me seja bom.

Como tenho vivido muito a Igreja nessa época da minha vida - e por esperar que esse não seja apenas um momento, uma fase - tenho sentido a vontade de falar aos que me lêem hoje e aos que, no futuro, talvez possam vir a fazê-lo, dos questionamentos - e ouso dizer também das respostas - que construo com o estudo da Palavra e das pessoas (sim, pessoas também podem ser lidas!) que participam da minha vida.

Por definição literária no dicionário, ENSAIO é a apresentação de um assunto filosófico, científico, histórico ou de teoria literária, que se caracteriza pela visão de síntese e tratamento crítico.

Partindo da idéia da possibilidade de construir um estudo ou discussão sobre qualquer tema que me interesse ou apeteça, decidi iniciar uma série de ensaios.

Não sei se é muita pretensão chamar essa "série de textos" que virão de ensaios, mas vou arriscar.

Espero que embarque comigo nessa “viagem” e, com ela – ou a partir dela – construa seus ensaios e mude o que estiver fora do lugar ou, de repente, te incomodar.


terça-feira, 27 de abril de 2010

O passado que não passou




A vida muda de fases, como num video-game, só que bem mais devagar e com muito mais desafios e, principalmente nas mudanças de cada fase, eu me remeto a fatos de minha história, na tentativa de encontrar algumas respostas, mas esse movimento tão intenso nem sempre tem um final bacana.


Do nascimento até cerca de 5 anos, praticamente não tenho memórias e não me lembro de grandes crises, mas em todas as fases que se seguiram, as crises vieram e a lista de perguntas cresceu rapidamente e a pequena lista de respostas até hoje não conseguiu alcançar a primeira.

Mas tenho que ser justa, apesar de momentos nada agradáveis marcando a minha história, não posso reclamar, pois o balanço foi - na verdade está sendo - positivo.


A parte triste de tudo isso não é a pequena coleção de tristezas, perdas e desilusões, mas é buscar respostas em uma história que sinto muito mal construída. Há uma lacuna imensa no meu passado que, lamentavelmente, não vejo possibilidade de deletar ou de reconstruir, completar, mudar. Vivi 12 maravilhosos anos com a minha mãe, morta por uma doença renal crônica, que me ensinou nesse período tudo que eu precisava saber pra ser a mulher que sou hoje. Hoje tento construir uma outra parte da minha vida, agora do nosso jeito. Pois é, minha escura lacuna tem mais de 15 anos. Claro que muitas outras pessoas especiais fazem parte da minha história e foram mais que importantes, foram determinantes, essenciais! E esse time é de primeira com familiares e amigos (alguns que nem imaginam o quanto são importantes).


Tá, mas o que eu quero dizer com esse texto? Quero dizer que quero ter filhos e, com eles, escrever a história de maneira diferente. Eu não sei se minha mãe teve vontades quando grávida, se a minha irmã ou eu chorávamos muito ou tínhamos cólicas. Não sei que estratégia nossos pais tinham para que dormíssemos, não sei o que falamos primeiro, do que gostávamos, o que não comíamos. Não sei qual era meu brinquedo preferido, se cantamos alguma música quando pequenas, se fizemos algo que mereceu um severo castigo.


Triste né? Também acho! Mas minha constatação foi além. Não sei qual foi o dia mais importante na vida do meu pai, não sei a cor preferida dele, não sei o que entristece seu coração hoje, não sei a música que já o fez chorar, não sei nem se ele gosta de futebol. Não sei o sabor preferido do sorvete, não sei se ainda toca violão ou se conserva os amigos que conheci quando pequena. Não sei qual foi o primeiro carro dele, como foi o primeiro porre, o primeiro beijo, se já ficou de castigo, se tem algo que ele não come. Não sei o que em mim o incomoda e nem se ele se vê em mim nem que seja pela cor dos olhos. Jà disse a ele que o amo muitas vezes, mas também não sei se ele entende o que isso quer dizer.


E antes que você me pergunte por que eu não faço essas perguntas ao meu pai, eu me antecipo afirmando que muitas delas nem ele saberia responder.


Quero uma família cheia de histórias pra contar.

Quero que meus filhos se identifiquem com seus pais.

Quero dar a eles algumas simples alegrias que eu não pude ter...talvez eles não as reconheçam de imediato, mas no decorrer das fases da vida, o olhar será diferente.


Não quero enaltecer minha mãe e/ou desmerecer meu pai e também não quero que você o faça. Minha intenção é fazer com que você reflita sobre as suas fases para que também possa construir uma história - de preferência sem lacunas (ou com poucas)! Talvez não será a mais bonita, mas pode ser a que faça seus filhos vibrarem. Pense nisso...


quarta-feira, 3 de março de 2010

Um mês sem Mestre Zinho


A sanfona ainda chora a sua partida
Denuncia a saudade que arde, sofrida

O triângulo traz um agudo chorado
Como quem não encontra o tom esperado

A zabumba marca o tempo que voa, angustia
Um mês sem o Zinho, com forró sem alegria

[A saudade não passa!]

Estudando Teologia


Hoje iniciei o curso básico de Teologia. Como eu esperava, os padres/professores nos fizeram refletir.

A pergunta do dia foi : Como eu provo/mostro que Deus existe?

Minha conclusão? Não se prova que Deus existe! Nós, cristãos, provamos o Deus que existe.

Reflita !

terça-feira, 2 de março de 2010

Que botões que nada !


Desde pequena, sempre ouvi de meus pais a expressão "estava pensando com meus botões"...
Eu não converso com meus botões, eles tem, na minha vida, função bem diferente.

Os meus pensamentos, angústias, dúvidas, medos e reflexões são divididos com quem pode fazer algo com eles.

As pessoas precisam enxergar o valor das relações humanas.
Botões não sofrem, não sentem dor.
Internet não tem cheiro, não tem abraço.
Jogos de video game só tentam brincar de realidade.

Deixe os botões para as roupas, a internet para pesquisas e os jogos para os momentos de lazer...com os amigos!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Aprendendo com Fernando Pessoa


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas ese tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Acróstico 2


B anhar a fronte da criança
A bençoá-la com o óleo do crisma
T razer sabor a sua vida com o sal
I nundá-la de amor com o sinal da cruz
S im, agora tens o Espírito Santo
M aria Flor, nossa afilhada querida
O amor de Deus agora é mais presente em sua vida

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sem querer


Às vezes, sem motivo aparente e sem aviso prévio, lágrimas teimam em correr dos olhos em direção ao chão.
É como se uma saudade de algo que você não sabe o que é, te tomasse por completo.
E o que resta senão chorar?

Passarinho



Como um brotinho de feijão foi que um dia eu nasci,

Despertei cai no chão e com as flores cresci.

E decidi que a vida logo me daria tudo

Se eu não deixasse que o medo me apagasse no escuro.

Quando mamãe olhou pra mim, ela foi e pensou

Que um nome de passarinho me encheria de amor

Mas passarinho se não bate a asa logo pia

Eu que tinha um nome diferente já quis ser Maria

Ah, e como é bom voar

[Tiê]

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

João Pedro - 3 anos de amor em Deus !


Há pouco mais de três anos Deus olhou para um casal especial e, vendo que tinham muito amor, decidiu dar-lhes um presente. E o João Pedro chegou ! Ah que alegria ! Ele foi recebido com grande festa por todos os familiares e amigos, que o esperaram ansiosamente por longos nove meses.

João Pedro ! Nome forte, expressivo, carregado de história, de vida.

Nome de quem anuncia a que veio !

A mamãe, mesmo no hospital estava com os cabelos escovados e maquiada, pois queria oferecer ao seu filho, ao seu presente de Deus, a sua melhor aparência, mesmo sabendo que ele já sentia todo o seu amor. O pai estava extasiado e contagiava a todos que passavam pelo hall do hospital, conhecidos ou não, com sua felicidade.

O tempo foi passando e nós, amigos desse casal que há pouco havia se tornado uma família, pudemos ser agraciados com a proximidade e acompanhamos momentos marcantes desse grande presente de Deus chamado João Pedro : o vimos balbuciar suas primeiras palavras, dar seus primeiros passos, experimentar a primeira dança, ver o nascimento de seus dentinhos e tantos outros.

Participamos de seu batismo, momento de grande emoção, onde Deus escolheu a dedo aquela que seria sua madrinha, uma mulher abençoada por Deus para a maternidade, que respira a vida dos seus amados.

E chega o seu primeiro aniversário ! Que alegria ! Papai e mamãe estavam iluminados, comemorando o primeiro ano de muitos daquele que veio para mudar de vez os seus caminhos e uni-los ainda mais a Deus. Todos estavam felizes, participando dessa alegria ! A retrospectiva nos fez reviver momentos que ficarão para sempre na memória.

Da mesma maneira veio o segundo aniversário : esperado, querido e comemorado. O papai e a mamãe mantinham o mesmo brilho nos olhos, aquele do momento do nascimento desse pedacinho de suas histórias.

E eis que chegamos ao terceiro ano de vida dessa pessoinha querida. Ele agora já tem vontade própria, já responde aos estímulos externos de maneira pessoal, já conta histórias, já canta músicas e escolhe as roupas. É são paulino convicto e já sofreu algumas punições por mau comportamento...sim...ele está crescendo ! Não só em tamanho, mas também em personalidade.

Neste aniversário há uma emoção maior ! Além de toda a festa e alegria, Deus mandou para essa família o presente mais lindo : mais um filho ! Sim, ele estava lá, na barriga da mamãe, curtindo todos os momentos com seu irmãozinho. Ainda não sabemos se será uma menina ou um menino...mas amor não tem sexo, né ?!

João Pedro... Vê-lo na alegria de comemorar mais um aniversário me faz acreditar que o amor é o único caminho para Deus. Me faz acreditar que todo o trabalho e esforço para a educação daqueles que amamos vale a pena! Me faz acreditar que ter fé em Deus e caminhar pra frente com todo o esforço, mesmo no momento em que tudo parece não favorecer, é sempre a melhor escolha. Me faz acreditar que a família é a maior benção que Deus pôde nos dar.

Querido, parabéns pelo seu aniversário ! Você foi agraciado por Deus com a vida e com uma família maravilhosa.

Deixo aqui registrada a minha profunda admiração por seus pais. Sua mamãe, uma mulher emotiva e muito forte na fé, que busca somente a sua felicidade em cada passo que dá. Uma mulher acolhedora, protetora, preocupada com você, com a sua educação e com o seu coração. Se ela pudesse, querido, jamais permitiria que você sofresse qualquer dor física ou emocional. Tem que ver o brilho nos olhos dela quando fala de você !

Seu pai, um cara especial e merecedor de uma fatia bem grande do meu coração. Ele trabalha duro para que você possa crescer com saúde, segurança, lazer e educação de qualidade. A maior alegria dele é estar com você e depois dormir pesado de cansaço ! Mas ele não é alienado ! Sabe que a criação dos filhos é para o mundo e por isso trabalha para que você tenha um mundo bem melhor do que temos hoje, com maior igualdade, respeito a Deus e as pessoas.

Padrinhos, obrigada por proporcionarem a mim a alegria de participar da vida de vocês. A maneira como criam o João Pedro é como eu quero criar os meus filhos. Que Deus me ajude !

Amo vocês e isso não muda !