O adeus não querido a Mestre Zinho !

A morte mais uma vez me prega uma peça, busca um de meus queridos sem aviso, leva aquele que sempre foi imortal...

Eu que já sofri tantas perdas, que já tive pedaços tão significativos arrancados de mim, tenho meu coração quebrado mais uma vez.

Pra onde vão aqueles que de mim conseguiram tirar somente a parte boa?

Será que Deus reservou um lugar pra eles?

Quero encontrá-los quando esse mundo não for mais o meu lugar.

Ainda tínhamos tantos planos...você foi sem cantar pra mim num aniversário, foi sem termos a oportunidade de passar juntos a "festa de São João" como você chamava.

O forró, que nos aproximou, hoje canta a sua partida...esteja em paz !

Lembro quando, vendo você rouco, perguntei : Como você vai cantar desse jeito, Zinho ?! E você, com aquele sorriso sempre largo, me respondeu calmamente apontando para a garganta : "Eu não canto por aqui, canto com o coração. Minha alegria de ver vocês faz com que eu cante a noite toda".

Já que a vida não me deixou outras escolhas, fico com as belas e muitas lembranças. Eu vou continuar ouvindo a sua voz me dizendo ao microfone "Mauí, eu lhe amo!", gritando "xote não, forróóóó" olhando pra mim, como quem diz com o olhar saber o que eu gostava de lhe ver e ouvir cantar... e cantando pra mim "Forró Classe A", "Sapato Novo" e tantas outras músicas.

Saudades "paizinho"...